quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A voz do povo e a voz de Deus

Por Adonis Bernardes, presidente do PDT de Santo André

O que a gente mais faz nas reuniões do PDT (e acredito da maioria dos partidos políticos em qualquer lugar do mundo) é ouvir uns aos outros, deixar as ideias se tornarem reais e, a partir dos cenários que construímos, estabelecer os projetos de melhoria nas nossas comunidades, cidades, Estado e País.
Nos partidos políticos e nas organizações sociais como sindicato, associação de moradores, por exemplo, a gente não tem uma única orientação como acontece nas igrejas.
Para os religiosos, é essencial que se estabeleça uma hierarquia com padres, pastores, mães e pais de santo que vincula as orientações divinas, de cima para baixo, às atitudes dos fiéis, pois a religião é a maneira que buscamos para nos juntar a Deus.
Mas na formação das ideias que viram depois atitudes e influenciam os demais cidadãos a ponto de, se bem sucedidas, levar os partidos ao poder, a grande arte é juntar ideias que têm afinidades, ajustar procedimentos que reforcem esses ideais e estabelecer, de maneira conjunta, o programa partidário.
Que vai orientar campanhas políticas e que servirá de parâmetro para o exercício do poder, caso a agremiação saia vitoriosa numa eleição ou para fazer contraponto e marcar posição aos que estão no poder.
Por isso, a dinâmica partidária é excitante. E quem conhece de perto deixa de lado o preconceito a que somos induzidos. Pois se há uma coisa que causa realmente temor às elites é uma democracia participativa, que inclua milhões de olhares, atitudes, ações e vozes de seus cidadãos.
É por isso que os meios de comunicação são sempre constantemente necessários. Muito mais do que preencher espaços entre os anúncios, o que encontramos nos jornais vinculados às nossas cidades e comunidades, é um apanhado de ideias e ideais de nossas principais lideranças.
Os jornais registram, por exemplo, as várias opções para a condução da administração de nossas cidades e empresas, nos mostram os principais feitos na área de Educação, Saúde, Segurança Pública e Cultura, e nos dão a oportunidade de formar nossas próprias ideias e cristalizar nossas opiniões.
Mas é importante também que tenhamos a oportunidade de colocar as ideias em ação. Para isso, é preciso nos organizar socialmente. E os canais mais adequados são os sindicatos e os partidos políticos.
É por isso que os controladores de nossas economias fazem um esforço danado para induzir a população a ter preconceito contra a atuação partidária ou sindical.
Porque nos países em que a democracia evolui para uma participação direta de grandes contingentes sociais, sejam eles trabalhadores, donas de casa, jovens e idosos, os políticos não têm sossego.
São vigiados de perto em quaisquer desvios. Desde as promessas de campanha não cumpridas até o envolvimento em atos ilegais ou de corrupção. Porque, com a democracia plena e atuante a voz do povo, vira de verdade a voz de Deus. Que premia os bons líderes e pune, de maneira implacável, os que desrespeitam a vontade soberana da população.

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