terça-feira, 26 de julho de 2011

Racismo contagia tecido social brasileiro


Ser negro gera dificuldades de empregabilidade, no salário ou na profissão para 71% dos 15 mil domicílios entrevistados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2008. O IBGE realizou a pesquisa em cinco Estados brasileiros (Amazonas, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso), além do Distrito Federal.
Cada entrevistado, segundo texto publicado no jornal “Valor Econômico”, podia apontar três alternativas para questões sobre trabalho, relação com a Justiça e polícia, convívio social, escola, repartições públicas, atendimento à saúde e matrimônio.
Depois de trabalho, as relações sociais mais citadas foram Justiça/polícia, escolhida por 68,3% dos pesquisados pelo IBGE, e convívio social, item mencionado por 65% das pessoas ouvidas.
Ou seja, o racismo está em todas as relações sociais e econômicas dos brasileiros. Afeta diretamente os negros e negras, mulatos e pardos. Que ainda têm que enfrentar os preconceitos acumulados por serem, muitas vezes, também de baixa renda e serem excluídos social e economicamente.
Ser negro é ser condenado a viver em guetos, a ser vigiado pelos seguranças dos shoppings, a ser excluído de promoções ou a aumentos salariais. Sem que se torne claro as razões alegadas, mas todas elas associadas à cor da pele.
É um racismo velado e vergonhoso. Que contagia todo o tecido social brasileiro. E deixa de fora da geração de valores sociais e econômicos grandes talentos humanos que só podem se manifestar no futebol e na música. Por termos aprendido a criar, por conta própria, nossos próprios ambientes de manifestação de nossas habilidades esportivas e culturais.
O preconceito racial no Brasil, que o IBGE registra oficialmente, marca definitivamente nossa Nação e condena, aos olhos do resto do mundo, nossa elite que se posa de raça nórdica. Basta acompanharmos os comerciais e os programas de televisão que veremos confirmada a pesquisa do IBGE. Negro geralmente está em posição social e econômica inferior ao ator da raça branca, com quem contracena.
O que fazer?
Primeiro transformar a pesquisa do IBGE num documento oficial de reconhecimento do racismo velado no Brasil. De agora em diante, os governos (federal, estaduais e municipais) não podem mais alegar que o racismo não existe.
Segundo, pressionar através dos partidos políticos, organizações populares como sindicatos e associações de moradores, para se estabelecer critérios bem definidos para contratação e promoção nos ambientes de trabalho.
E terceiro, exigir que o Estado brasileiro, através da sua Justiça e de sua Polícia invistam em qualificação de seus quadros para considerarem os negros como cidadãos com direitos iguais. E não as vítimas preferenciais dos abusos de autoridade e, muitas vezes, alvos das balas disparadas por policiais despreparados. Funcionários públicos que contam com a impunidade que caracteriza os crimes cometidos contra negros. Dentro e fora dos ambientes de trabalho.
Adônis Bernardes, presidente do PDT de Santo André

terça-feira, 19 de julho de 2011

29 anos depois, Centreville ainda aguarda a posse definitiva


Por Adonis Bernardes, presidente do PDT de Santo André,

No próximo 6 de agosto vamos realizar um evento para comemorar os 29 anos do Centreville que, formalmente, acontece no dia 16 de julho. Tive a honra de presidir a Associação dos Moradores de Centreville, onde morei por 23 anos, e agora sou o advogado da entidade.
Portanto, conheço de perto o drama que todos nós vivemos, as lutas cotidianas a favor das nossas famílias e os ganhos sociais e econômicos que transferimos com nosso suor e dedicação para a região.
Ocupamos  a área em 16 de julho de 1982, com 563 casas abandonadas de alto padrão. Eram construções abandonadas por ex-compradores que foram iludidos por uma imobiliária que fraudou um empréstimo junto à Nossa Caixa e embolsou a grana, sem dar continuidade ao projeto habitacional. Em agosto de 1986 foi decretado o nosso despejo.
Um drama imenso se abateu sobre nossas famílias e ao mesmo tempo todos nós buscamos forças uns nos outros e sensibilizamos o então governador Franco Montoro que tornou Centreville em “área de interesse social para fins de desapropriação, através do CDHU”.
Continuamos a construir nossas casas, a manter a mobilização até que em 15 de setembro de 1988, o então governador Quércia desapropriou a área. E em 1998, o governo do Estado ganhou o processo iniciado dez anos antes contra os proprietários da área. A CDHU se tornou definitivamente proprietária do terreno.
Desde então, as famílias moradoras de Centreville aguardam a posse definitiva de suas moradias. E chegamos aos 29 anos tendo contribuído para o desenvolvimento social e econômico de Centreville e de seus arredores. E, como contrapartida, ainda vivemos a insegurança de não ter o título de proprietários que já fizemos jus por merecer.
Vamos, no dia 6 de agosto, ampliar nossa mobilização. Enquanto não conseguirmos a posse definitiva a luta tem que continuar. Pois agora não se trata mais de patrimônio nosso mas dos nossos filhos e netos.
Investimos uma geração na conquista de um lugar que é nosso. Falta, apenas, a decisão política dos atuais governantes para confirmar através da posse definitiva o que conquistamos com muita luta, participação social e muita fé nos processos democráticos.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Por que nos indigna câmera que filma funcionária na imobiliária?

Por Adonis Bernardes, presidente do PDT de Santo André
Uma das principais definições de Partido, no dicionário Michaelis é: Decisão, resolução: Tomar partido.”
Nós do Partido Democrático Trabalhista (PDT) levamos esta definição ao pé da letra. Diante de qualquer situação que fira a dignidade humana, que humilhe o cidadão ou o trabalhador, sempre tomamos partido e o nosso lado é o da civilização, a favor de uma relação humana plena.
Por isso, nos posicionamos contra o incidente ocorrido, recentemente, na Imobiliária Viana.
De acordo com os registros policiais e da imprensa, a funcionária foi avisada por uma colega que estava exposta por uma câmera instalada no exaustor do banheiro feminino. Um constrangimento imenso que merece todo o nosso repúdio.
Temos que apoiar, diretamente, a moça que se tornou vítima de um constrangimento atroz. E avançar muito além da solidariedade das palavras necessárias para alertar a opinião pública sobre empresas que agem de maneira tão vergonhosa que deve se traduzir no atendimento psicológico e na recolocação numa empresa decente.
Para tanto, as entidades de classe, as ONGs e as igrejas devem concretizar a solidariedade para que a gente contraponha o bem, a civilidade e a cidadania a um gesto tão selvagem.
E ao não aceitarmos as desculpas, pois não se justificam as alegações posteriores que se tratava de medidas preventivas para a segurança, devemos buscar na opinião pública um olhar diferenciado para empresas que ainda acham que podem bisbilhotar a intimidade de suas funcionarias impunemente.
Se a imobiliária é capaz de agir assim com suas funcionárias, imagina o que deve fazer com os seus funcionários? E se age assim com seus colaboradores, o que deve fazer com os contratos de locação e venda dos imóveis que negocia?
Porque ao tomar partido, o PDT adota a tolerância zero com empresas e empresários que se acham acima da dignidade humana.
Estamos solidários com a funcionária e com todo e qualquer cidadão que, por ventura, venha a sofrer abusos desta natureza. Da mesma maneira, nos posicionaremos contra as arbitrariedades policiais, contra a tortura nas delegacias de polícia, contra o preconceito de qualquer espécie, seja ele racial, de gênero ou religioso.
Ao tomar partido, o PDT ajuda o melhor lado de nossa comunidade a adotar práticas cidadãs e civilizadas. A criar ambientes de trabalho respeitosos. A incentivar empresas que respeitem não só seus funcionários mas igualmente seus clientes finais e a comunidade que está inserida.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Convenção do PDT é marco histórico em Santo André

As principais tendências e forças políticas de Santo André e da região do Grande ABC marcaram presença na Convenção do PDT, na Câmara Municipal de Santo André, na sexta-feira, 1° de julho, quando Raimundo Salles confirmou sua filiação ao PDT e se tornou, com apoio de várias lideranças, pré-candidato à prefeitura no próximo ano.
Fomos honrados com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, Paulinho da Força, presidente estadual do PDT, além dos deputados estaduais Major Olímpio e José Bittencourt, do PDT.
Nos honraram, também, a presença de Carlos Grana, deputado estadual pelo PT, de Alex Manente, deputado estadual pelo PPS e de William Dib, deputado federal pelo PSDB. Além de várias e importantes lideranças políticas de Santo André e da região.
Todos unidos em torno do futuro de Santo André que passará pela campanha de renovação da atual administração da cidade que nos abandonou à própria sorte, comprometendo a escalada que construíamos a favor da Educação, da Saúde e da Segurança.
Foi o que ficou registrado pelos discursos e pela presença das lideranças políticas e sindicais, representadas por Cícero Martinha, dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá e por Cidão, dos Metalúrgicos de São Caetano. “Com Salles vamos ter orgulho a cada etapa de reconquista da Prefeitura e de reconstrução de Santo André”, disse Martinha.
Paulinho da Força emocionou a todos ao afirmar, com veemência, que Raimundo Salles será o próximo prefeito de Santo André.
O ponto alto foi o discurso do ministro do Trabalho e Emprego Carlos Lupi, presidente de honra do PDT, que começou sua fala com a canção: “Ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil”. Foi um discurso de união, de resgate da História do PDT, de apontar cenários de mudança para melhor das políticas públicas nacionais e regionais. Avançar, disse o ministro, muito além das bandeiras eleitorais imediatistas, mas assumir o Projeto de Nação do PDT em torno da Educação, como nos legou Leonel Brizola. “Sem escola não se liberta um povo”, disse.
Em seu discurso, Raimundo Salles lembrou de sua história pessoal. “Meu pai foi açougueiro”, afirmou. E avançou: “Quero profetizar que serei o prefeito desta cidade”. Se dirigindo ao deputado Carlos Grana, afirmou: “Nós vamos nos encontrar na campanha”. E agradecendo o apoio dos presentes e em especial do ministro Carlos Lupi e de Paulinho da Força, Raimundo Salles concluiu: “Estou comprometido com o PDT, eu vim para ficar e realizar. Eu vim para me somar às lideranças sindicais e políticas vivas desta cidade, eu vim para transformar a prefeitura de Santo André numa geradora de empregos, como o ministro Lupi está ajudando o Brasil a ter 15 milhões de carteiras assinadas”.
Adonis Bernades, presidente do PDT de Santo André