segunda-feira, 6 de junho de 2011

Ser miserável é viver 24 horas por dia sem esperança.

Por Adonis Bernardes, presidente do PDT de Santo André
A presidente Dilma Rousseff lançou na semana passada seu Plano Brasil sem Miséria. A miséria é uma epidemia que transforma homens e mulheres em cidadãos de segunda classe. Os deixa perambulando em ambientes sem higiene, ameaçados por doenças e sem poder sonhar em controlar seu próprio destino. Ser miserável é viver 24 horas por dia sem esperança.
Por isso, apoiamos a iniciativa da presidente Dilma de adotar ações concretas no combate à miséria, ao ampliar as propostas do presidente Lula.
Mas é preciso avançar muito além da boa vontade política e garantir aos cidadãos brasileiros, que hoje vivem na miséria, a certeza de que poderão controlar o próprio destino e aprender a incluir nas próprias vidas o gostinho todo especial de voltar a ter esperança.
A esperança se alimenta de consciência social. E a consciência social se nutre, por sua vez, de mais Educação e Qualificação. Por isso, investir no combate à miséria é muito mais do que dar comida aos pobres.
É preciso criar mecanismos sociais que garantam a todos nós brasileiros, com apoio direto aos mais desprotegidos socialmente, o quinhão de educação que os ajudará a avaliar a própria situação e a se envolver nos projetos para seu futuro imediato.
Ou seja, criar as bases sociais para que os pais possam ter esperança de ver os filhos melhor posicionados. E que tenhamos condições de apoiar uns aos outros para a construção do Brasil que voltará a nos pertencer, de maneira integral, pela primeira vez em séculos.
É com a Educação que nos alistaremos nos exércitos de combate à má distribuição de renda, que vamos reforçar as fileiras sindicais na busca de empregos com salários decentes. Que nos reforçaremos a atuação dos partidos políticos.
Apoiamos o discurso da presidente Dilma. Principalmente, por termos consciência, de que se não fizermos nossa parte, de nada adiantará os governos investirem bilhões para tentar resolver o problema da miséria.
O Nordeste é um exemplo em que ao longo dos séculos se investiu grandes fortunas para combater a seca e a miséria e o dinheiro acabou parando nos bolsos das elites que controlam a política local.
O Plano Brasil sem Miséria só vai dar certo de verdade se sensibilizar a opinião pública brasileira, se chegar até as fábricas e vilas, e virar assunto dentro das conduções. E abrir espaços para a participação das lideranças populares e sindicais.
Fora disso, corremos o sério risco de os bilhões que serão investidos no Plano serem represados no bolso das elites e transformar atual discurso político em mais um dos pesadelos sociais que estamos cansados de viver ao longo dos séculos.

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